Estar atento às pragas e doenças da cana-de-açúcar e fazer o controle efetivo são, sem dúvidas, as etapas de maior importância para uma produção bem-sucedida.
A cana-de-açúcar é umas das culturas de maior importância mundial, e vem ganhando cada vez mais espaço no agronegócio. Tento pelo seu potencial na produção de biocombustíveis quanto pela grande produção de açúcar.
O ataque de pragas e doenças diminui a produção de açúcar e etanol e, consequentemente, a rentabilidade no campo.
Dentre as pragas, a broca-da-cana e o bicudo-da-cana (ou gorgulho-da-cana) são muito importantes e causam danos milionários para os produtores. Já as doenças, temos que lembrar que o canavial é atacado pelas bacterianas, fúngicas, além de vírus e nematoides.
Pragas importantes da cana-de-açúcar
Dentre muitas pragas que atacam a cana-de-açúcar, a broca, o bicudo e a cigarrinha da cana são insetos que causam sérios danos e muitos prejuízos para o produtor.
Broca-da-cana (Diatrea sacchralis)
A fase adulta da broca é uma mariposa, mas é na sua fase de lagarta que ocorrem os principais prejuízos. O ciclo da praga pode durar até 90 dias, podendo ocorrer de 4 a 5 gerações no ano. Em períodos de alta temperatura e umidade, a broca-da-cana apresenta maior incidência.
As lagartas mais novas se alimentam das folhas e logo depois migram para dentro do colmo da cana-de-açúcar, se alimentando da planta e fazendo galerias por todo o colmo. O ataque da broca-da-cana causa prejuízos como:
● tombamento das plantas devido às galerias;
● perda de peso nos colmos;
● morte das gemas;
● impedimento do fluxo da seiva;
● enraizamento aéreo.
Para o controle da broca, é normalmente utilizada a vespa Cotesia flavipes como produto biológico de controle. A vespa bota seus ovos dentro das lagartas, causando a morte da praga. O controle químico pode ser feito com inseticidas para diminuir a população do inseto adulto da broca.
Bicudo-da-cana (Sphenophorus levis)
O maior problema do bicudo-da-cana nos canaviais é quando ele está na fase larval. O inseto se desloca até as raízes das plantas e se alimenta delas, diminuindo o número de raízes efetivas e assim, a disponibilidade de nutrientes para as plantas.
O ataque do bicudo-da-cana aparece em reboleiras. Como os adultos ficam abaixo da superfície do solo, é difícil o seu reconhecimento e controle. O bicudo-da-cana causa perdas na produção de sacarose e na longevidade do canavial. A alta incidência da praga pode fazer com que o canavial não passe do segundo corte.
O monitoramento é essencial na hora do controle. A aplicação de piretróides e pirazol pode ocasionar uma diminuição da população adulta do besouro. No entanto, o controle biológico tem se mostrado bastante eficiente no controle das larvas.
A utilização de nematoides entomopatogênicos tem uma boa taxa de resposta. O tratamento associado ao uso de do fungo Metarhizium anisopliae em soqueiras de cana-de-açúcar consegue controlar tanto adultos quanto larvas do bicudo.
Cigarrinha das raízes (Mahanarva fimbriolata)
Depois que a colheita da cana-de-açúcar começou a ser feita totalmente mecanizada, a cigarrinha passou a ser uma praga importante na cultura da cana-de-açúcar. Como existe uma grande quantidade de palhada no campo, forma-se um ambiente propício para o desenvolvimento da praga.
Na fase de ninfa, as cigarrinhas se alimentam da seiva das raízes e causam desidratação da planta. Em resposta, há o aumento do teor de fibra nos colmos, diminuindo a produção de sacarose da cana-de-açúcar. Já na fase adulta, a cigarrinha das raízes pode se alimentar das folhas e colmos.
Neste caso, durante a alimentação a praga libera uma toxina que causa danos ao tecido da planta. Os sintomas são identificados por manchas cloróticas, que avançam para um tom avermelhado em estágios mais avançados.
O manejo da praga precisa começar pelo monitoramento. A aplicação de inseticidas tem se mostrado eficiente. No entanto, já foi relatada a resistência da praga a alguns ingredientes ativos. O controle biológico pode ser feito com utilização do fungo Metarhizium anisopliae, que infecta e coloniza ninfas e adultos da praga, provocando sua morte.
Doenças importantes na cana-de-açúcar
O controle das doenças no canavial também é uma etapa que exige cuidado. As doenças fúngicas são as que mais causam prejuízos atualmente, principalmente o carvão e as ferrugens. No entanto, uma doença bacteriana escaldadura das folhas traz preocupação aos produtores devido ao seu difícil controle.
Além disso, os nematoides também podem causar danos severos à plantação de cana-de-açúcar. São três as espécies do parasita que podem trazer sérios prejuízos para a produtividade:
Carvão da cana-de-açúcar (Sporisorium scitamineum)
Os danos do carvão podem chegar a 100% quando o fungo ataca variedades susceptíveis. Quando uma planta é contaminada, há a produção de uma estrutura chamada “chicote” a partir do ápice da cana-de-açúcar, e é através dela que o fungo se dispersa e contamina outras plantas.
A doença foi batizada como carvão da cana-de-açúcar porque os esporos do fungo parecem fuligem e se espalham pelo canavial através do vento. As plantas infectadas apresentam diminuição no tamanho das folhas, do colmo, colmos mais finos e superbrotamento das touceiras.
As principais medidas de controle são a utilização de mudas sadias, a erradicação de plantas e colmos doentes e o uso de variedades resistentes
Ferrugem da cana (Puccinia kuehnii e Puccinia melanocephala)
São duas as principais ferrugens que prejudicam a produtividade da cana-de-açúcar. A ferrugem alaranjada, provocada pelo fungo P. kuehnii e a ferrugem marrom, que tem como agente causal o fungo P. melanocephala.
Diferenciar uma da outra no campo requer muita experiência e ter um bom conhecimento dos sintomas das doenças. Geralmente a ferrugem alaranjada se desenvolve no final do ciclo da cultura, beneficiada por verões úmidos com temperaturas amenas (21 °C) após um período de molhamento foliar acima de 12 horas. Já a ferrugem marrom inicia seu desenvolvimento em plantas jovens, no período da primavera. As ferrugens podem causar perdas de 50% nas variedades mais suscetíveis.
Apesar dessas diferenças, ambas são facilmente disseminadas pelo vento, que transporta os esporos do fungo para outras plantas e regiões. A única prática de controle para a doença é o uso de variedades resistentes. O uso de fungicidas foliares não é uma opção economicamente viável.
Escaldadura das folhas (Xanthomonas albilineans)
A escaldadura da folha da cana-de-açúcar resulta da infecção pela bactéria Xanthomonas albilineans. Causa sintomas de infecção latente, ou seja, os sintomas da doença demoram a aparecer, e quando aparecem já há uma grande infestação no canavial.
Os sintomas podem incluir finas linhas brancas ou avermelhadas em forma de lápis, que se difundem para formar listras amarelas ou brancas nas folhas, e clorose nas folhas em plantas jovens, geralmente levando ao desenvolvimento de numerosos brotos laterais em plantas maduras. Enrolamento das folhas, escaldadura das folhas e manchas avermelhadas das nervuras. Pode ocorrer a morte súbita das plantas.
A doença é transmitida por mudas infectadas, e o patógeno é transportado pelo ar e transmitido por ferramentas que são usadas durante o preparo de mudas.
A principal forma de controle da escaldadura das folhas é feita por meio de variedades resistentes e tolerantes.
Nematoides (Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus zeae)
Você já encontrou na sua lavoura de cana-de-açúcar sintomas de clorose em reboleiras, plantas menores, menos produtivas e que ficam murchas nas horas mais quentes do dia?
Se esses sintomas já foram vistos por você na lavoura, muito provavelmente você está com nematoides no solo. E hoje vamos falar um pouco sobre eles e quais as medidas de controle para esses organismos que podem causar prejuízos bilionários na cultura da cana-de-açúcar.
[FH7] Os nematoides mais comuns na cultura da cana são Meloidogyne javanica, M. incognita e Pratylenchus zeae, sendo que este último o mais encontrado nas lavouras. Esses parasitas liberam uma toxina nas raízes da planta, fazendo com que haja o crescimento de células gigantes. Essas células impedem a passagem de água e nutrientes. O gênero Pratylenchus faz com que as raízes da cana-de-açúcar fiquem com pontos necróticos e engrossem, com isso também há o impedimento da absorção de água e nutrientes do solo.
Para o manejo com controle biológico, existem alguns bionematicidas comerciais, feitos à base de fungo. Inimigos naturais também são usados, como os fungos Pochonia chlamydosporia e Paecilomyces lilanus, além da bactéria Bacillus subtillis.
O controle químico com nematicidas é feito no plantio e nas soqueiras. No plantio são aplicados nos sulcos, sobre os toletes. Já nas soqueiras, o produto deve ser aplicado ao lado da linha de cana, ou sobre ela.
Para reduzir os prejuízos, a boa nutrição das plantas é essencial
A adequada nutrição do canavial é umas das boas práticas de cultivo para alcançar ótimos resultados na produção. Além disso, plantas bem nutridas conseguem ter maior tolerância ao ataque de pragas e doenças, quando falamos em produção.
Ter uma lavoura bem nutrida, e o manejo da adubação feita de forma correta e com micronutrientes, é uma das 6 melhores práticas para o cultivo da cana-de-açúcar recomendadas pelos técnicos da Amazon AgroSciences.
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